Crítica, Efeito Borboleta
- comunidadeacademic
- 21 de mai. de 2020
- 2 min de leitura
Atenção! Existe spoilers nesse post.
Nesse meandro social coberto da mais aveludada raiz temporária, o efeito borboleta confunde-se em meu corpo inteiro, qual seria a sensação de ter o poder de voltar no tempo e tentar consertar algo? E mais, qual o peso da culpa instaurada na pessoa que se esforça para mudar um acontecimento e transformar todo o espaço que está ao nosso redor?
No behaviorismo, é certo que a relação ambiente-sujeito é bidirecional, portando, um afeta o outro, assim, ligações simples podem virar complexas, assim como no filme, as bases são necessárias. A procura acaba sendo o que estava além de todo aquele esquecimento, entender que o motivo estava nas entrelinhas mais curtas. O tempo, nesse momento, não serviu de cronologia e sim de confusão, a compreensão só vem quando a idade adulta entra em cena, o cérebro antes “vazio”, enche-se no todo. O preenchimento de quarenta anos em apenas um dia foi drástico, não se tem mais noção dos danos que foram feitos no meio fisiológico e mental.
Para que serviu o tempo em todo esse contexto? Por que o pai de Evan não conseguiu sair do ciclo vicioso de sempre voltar no tempo? Será que o poder realmente nos corrompe? E se fôssemos capazes de mudar um evento traumático, seria bom? Nesse filme, é necessário destacar os lapsos de memória do protagonista e a forma como ele, na juventude, começa a acessar as lembranças por meio de memórias implícitas, não tendo certeza se era sua imaginação ou não. No entanto, após ver a marca na sua barriga e contatar-se com Kayleigh, o clarão começa a surgir.
O interessante é mesclar assuntos que já vimos como hipnose, método usado de início pelo médico de Evan, já que ele estava transferindo os eventos traumáticos para o subconsciente. Outrossim, o uso do diário como uma ferramenta terapêutica, facilitando o uso da consciência e da memória, em terceiro plano, nota-se que o rever das recordações vai sendo, aos poucos, modificado, ou seja, o que se acha não é realmente o que aconteceu.
Somos seres subjetivos, diferentes de cada um, logo, a imparcialidade é inviável de ser analisada, ainda mais, na nossa história, com nossos sentimentos, pensamentos, ações, erros, acertos, qualidades e defeitos. A relatividade irá perdurar assim como a adaptação humana jamais deixará de existir.
Fontes: Efeito borboleta (filme), https://mystudybay.com.br/blog/exame-psicologico-de-o-efeito-borboleta-tcc/
Autora: Lara Marcela
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